sábado, 1 de setembro de 2007

Temporada paulistana 3 - acústico Supercordas

Bichos-grilos na Paulista
O fim de semana começou com uma apresentação do Supercordas. Logo mais, a banda carioca se apresentaria na Funhouse, mas antes apresentou um pocket show acústico na Fnac da Av. Paulista. Nunca tinha ouvido da nada da banda e, movido pela curiosidade, seria uma boa oportunidade para um primeiro contato. O espaço pequeno colado ao café da loja, cheio de pessoas mais interessadas em jogar conversa fora do que em prestar atenção a qualquer que fosse o artista se apresentando logo ao lado, intimidou os integrantes da banda. Acomodaram-se em silêncio, sem encarar o público e apresentaram canções do disco "Seres Verdes ao Redor" e algumas músicas novas que deverão entrar no próximo disco da banda. À medida que o público correspondia com fortes aplausos, ficaram todos mais relaxados e o som fluiu bonito. Fica claro no som da banda uma influência sessentista, especialmente dos Beatles, e de um rock antes country, ao estilo Neil Young, do que rural, da linhagem de Sá, Rodrix e Guarabira. Parece ainda aprisionada a um passado do qual ganhará muito ao se libertar. Especialmente porque as letras com temas hippies, e aí sim, rurais, soam ingênuas e, pior, fermentam o mofo passadista dos arranjos que circunscrevem o Supercordas a um limbo temporal que, é preciso ressaltar, encontra eco entre os seus fãs. As músicas soam velhas já à primeira audição, o que não é necessariamente um fator negativo dependendo de quem as ouve.

O destaque positivo fica por conta das composições, especialmente as novas. Algumas apontam para outros temas que podem ter um efeito libertador sobre a poesia e a musicalidade do Supercordas. Novos rumos que podem ou não vir a se confirmar em um próximo trabalho. É interessante o uso da viola como um instrumento roqueiro, tocada a palhetadas, mas, ao mesmo tempo, limita as possibilidades do instrumento. Talvez, aproximando-se de uma sonoridade verdadeiramente rural, não somente através das letras, o Supercordas encontre um diferencial e se liberte das amarras do passado. De qualquer jeito, fica a expectativa pelo próximo disco e a vontade de assistir a um show da banda com guitarras, bateria e a distorção prometida pelos integrantes para logo mais na Funhouse, onde Pindzim não compareceu.

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