segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Vanguart confirmado no Humaitá pra Peixe

Vem chegando o verão e vai crescendo a expectativa a repeito da escalação da próxima edição do Humaitá pra Peixe. O melhor e mais legal festival de música independente do Rio de Janeiro acontece entre os dias 4 e 31 de janeiro e este ano terá como base a Sala Baden Powell, em Copacabana, uma vez que a reforma do Teatro Sérgio Porto após o incêndio do qual foi vítima, ao que parece, ainda nem começou. Embora não tenha sido divulgada a programação completa do evento, alguns peixes já vieram à tona. O Vanguart, com justiça a banda mais badalada do circuito independente brasileiro atualmente, é um deles. Os matogrossenses vão se apresentar no festival ao lado do Do Amor.

Nos últimos quatro meses, a banda se apresentou três vezes no Rio de Janeiro, então causa alguma surpresa o fato de que eles tenham sido escalados para o Humaitá pra Peixe, um festival que costuma privilegiar bandas de fora do Rio que sejam inéditas, ou quase, nos palcos da cidade. Se por si só a música justifica a escalação do Vanguart, o show cancelado na última edição do Tim Festival é outro bom motivo. É possível que com a apresentação no Humaitá a banda conquiste mais fãs cariocas, que ainda são poucos, como se pôde verificar nos shows de novembro no Cinematèque Jam Club.

Este ano o Vanguart lançou seu primeiro disco oficial - já havia lançado outros dois em esquema artesanal, além de ter lançado algumas canções diretamente na internet, através do Trama Virtual. A distribuição digital e as apresentações enrgéticas de Hélio Flanders e seus comparsas no circuito brasileiro de festivais popularizaram a banda no contexto da cena independente brasileira. Vanguart traz as primeiras músicas da banda em português, além dos hits "Semáforo", "Cachaça" e "Hey yo Silver", uma em espanhol, "Los Chicos de Ayer", e a primeira na voz do baixista Reginaldo Lincoln, "Beloved".

Após os clássicos iniciais distribuídos entre as quatro primeiras faixas do disco, as demais canções forjam uma unidade estética em que as influências da banda ficam menos evidentes. O folk eletro-acústico encontra a melancolia do rock inglês para além dos Beatles, especialmente na temática das letras, que versam sobre desencontros amorosos, e na voz de Hélio Flanders, emoldurada por uma guitarra limpa e um violão tranquilo. Ao mesmo tempo que conferem uma identidade sonora própria à banda, as músicas do disco homônimo reduzem o variado espectro sonoro constituído pelas canções mais antigas de Hélio Flanders. A levada folk-rock de "Into the ice" e "Blood Talnkin", a fúria punk de "Last Express Blues", o violão dedilhado de "Rainy day song", a proeminência do teclado de "My last days of romance" e a circularidade de "Spanish Woman" foram dissipadas ao longo das 14 músicas do disco.

Assim que é no palco, onde o repertório funde estas, digamos, duas vertentes, que se sente toda a força e a originalidade da música do Vanguart. Tudo indica que este ano a pescaria vai ser boa. Pelo menos um peixão já está garantido.

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